terça-feira, abril 30
Escritatividade Lura - Dia 4/10
Resenha - Cafés & Lendas
segunda-feira, abril 29
Escritatividade Lura - Dia 3/10
Boa tarde!
Como vocês estão? Espero que bem!
O desafio 3 se mostrou, ao mesmo tempo, muito mais simples e muito mais complicado! Tanto que postei no Threads, mas acabei não registrando aqui!
O desafio do dia fala sobre manter uma rotina, sem desculpas e nem choro, para alimentar a criatividade e o processo de escrita.
Desafio: publique no Instagram que você se compromete a escrever todos os dias por um mês. Um modelo, para não ter desculpas:
"Eu, Yuri, declaro que escreverei todos os dias por um mês inteiro, faça sol, faça chuva. Não pensarei nas melhores desculpas do mundo e sei que isso é para o meu benefício. Podem me cobrar daqui trinta dias 😍!"
Como prometido, já escrevi 1.086 palavras e finalizei o primeiro capítulo do livro!
Vamos adiante!
Boas leituras a todos!
domingo, abril 28
Escritatividade Lura - Dia 2/10
Bom dia, meus queridos!
Hoje o desafio veio mais cedo, pois durante a tarde estarei jogando rpg com alguns amigos.
Na tarefa de hoje a ideia era deixar a mente voar com ideias e então escrever sem parar pra revisar ou pensar muito sobre a estrutura. Como estou trabalhando num conto de fantasia aconchegante que "abrirá" uma coletânea de contos semelhantes que se passam no mesmo universo das Crônicas do Enforcamento, decidi aproveitar para criar a introdução de uma das filhas da protagonista.
Então o desafio de hoje é: "Conte-nos como foi a experiência de escrever livremente e quais ideias saíram desse processo. Escreva 250 palavras, usando as ideias que surgiram, mesmo que o texto fique “mágico” demais."
As ideias que surgiram na minha cabeça foram parte de um desejo que eu já tinha há um tempo. A Aurora é uma garotinha (próxima dos 6 anos) que é deficiente auditiva. Muito parecida com a Anelissa, tem orelhas que denunciam seu sangue élfico e cabelos vermelhos ondulados, mas os olhos são azuis como os do pai. É uma criança tímida e que sempre está agarrada na dona girafa. Eu queria muito fazer uma interação das duas e fiquei pensando sobre isso e sobre como entregar uma personagem que cumpra com a visão que tenho dela. Não é muito, mas foi um prazer escrever esse pedacinho. Caso tenha interesse, segue o que saiu disso:
ꕥ
"No andar de baixo Aurora brincava na sala com uma pelúcia estranha que deveria ser uma girafa, mas que sequer tinha o longo pescoço do animal. Servia uma pequena xícara de chá para ela, alheia ao que acontecia em volta. Com cuidado se aproximou da criança de cabelos tão vermelhos quanto os próprios e bateu suavemente na beirada da mesa de centro para chamar sua atenção.
— Bom dia, Rora — falou quando os arredondados olhos azuis viraram em sua direção, também sinalizando a frase para ela. — Você está melhor?
Ao finalizar a sinalização levou a mão à testa da menina, checando sua temperatura. As mãozinhas largaram a xícara para ter a liberdade de responder. “Estou bem, o papai me deu chá”. O rostinho amassado e as bochechas rosadas entregavam que havia acordado há pouco. Anelissa sorriu.
— Tudo bem ir para a escola hoje então? — Mais uma vez gesticulou com as mãos formando as palavras, logo rindo do biquinho que recebeu em resposta.
Aurora assentiu com a cabeça e então abraçou a pelúcia que estava sentada ao seu lado contra o corpo antes de puxar a manga da camisa da mãe para ter sua atenção de novo. “A dona girafa pode ir junto?” sinalizou mais uma vez.
— Claro que sim, meu bem — respondeu calmamente, afagando os cabelos ondulados que ainda estavam bagunçados do sono. — Termina o chazinho e vai se arrumar, certo?
Mais uma vez Aurora confirmou com a cabeça, voltando a tomar o chá que enchia o ambiente com um cheiro doce de capim-limão. "
Boas leituras a todos vocês!
sábado, abril 27
Escritatividade Lura - Dia 1/10
Boa tarde!
Encontrei um desafio de escrita no perfil da Lura Editorial e achei interessante, um bom incentivo para escrever e compartilhar alguns pedaços do que rola dentro do meu processo de criação.
São 10 desafios, os quais recebo em meu e-mail 1 por dia.
O primeiro é: "Escreva 250 palavras sobre algo que desperte emoção em você. Pode ser alegria, raiva, ou excitação. Quanto mais emocional você for, melhor."
Vamos lá então! A emoção forte em questão se tornou uma passagem dos diários da Anelissa, uma das protagonistas das Crônicas do Enforcamento, que ainda está em fase de escrita. Foi baseado no que eu senti quando um acontecimento importante ocorreu na mesa de RPG envolvendo ela.
ꕥ
"Faz dias que não tenho coragem de escrever ou pensar ou... qualquer coisa. Sinto como se tivesse morrido em vida, mas isso seria fácil demais. Eu falhei com todos a minha volta. Ver a Agatha morrer doeu, mas o que veio depois... Não tem um dia que não pense sobre isso, não tem uma noite que não implore para não dormir porque é o único pesadelo que me assombra.
Quando a guerra começou a primeira coisa que pensei foi 'o Houston e a Webber estão em algum lugar' e me atormentou a ideia de que precisassem de ajuda e eu estivesse longe sem saber nada deles. Só naquele momento percebi que eles eram, de fato, mais importantes para mim do que eu pensava... E doeu dar as costas para a catedral, doeu não estar ao lado do comandante Darwin, doeu lutar contra meus irmãos sem saber se aqueles dois me veriam como uma traidora também.
Mas a morte é um fim que nos acostumamos a abraçar. Guerreiros raramente morrem tranquilamente... Eu poderia superar a morte deles, não? Poderia lidar com isso eu acho. Se eu soubesse o que aconteceria teria gritado e mandado eles embora, teria feito eles me odiarem! Mas eu os amei e desejei que estivessem ao alcance para que pudesse lutar por eles também. E falhei.
A pessoa que eu mais amei se tornou...! Ver ele ser usado por aquele verme assim como Virgo tem sido usado pela igreja é enlouquecedor! Eu... me sinto doente de ódio!" - Fragmento do diário de Anelissa Thorian, 26 de dekavr de 653, ano de Virgo.
sexta-feira, abril 26
Diário de Escrita 5
Boa tarde!
Os últimos dias foram bastante caóticos. Perdi a noção do tempo emaranhada ao trabalho, cansaço e luto. Mas pouco a pouco tudo começou a voltar pro lugar.
Estive pensando em como levar o diário de escrita adiante e decidi postá-lo toda sexta-feira ao final do dia. Assim talvez eu consiga me dar um pouco mais de sensação de rotina no que diz respeito a escrita.
E como incentivo, felizmente encontrei o grupo Papo de Autor da Karen Soarele no facebook algumas semanas atrás. Fazia anos que eu não pensava em usar a rede de novo, mas com toda segunda tendo uma oficina de escrita online me vi tentada a voltar. Venci o medo de interagir com pessoas novas, abri a câmera e dei a cara a tapa para escrever por algumas horas.
Esses encontros semanais tem me permitido não parar de escrever, mesmo em dias onde tudo parece meio nublado. E espero com isso terminar o primeiro capítulo ainda esse mês.
Escrever as Crônicas do Enforcamento é um desafio e um prazer, como quase todo ato de amor. Criar o mundo por detrás da história, repensar personagens e construir uma narrativa que cative os outros tanto quanto me cativou. A parte mais desafiadora foi criar o Continente Primordial e o panteão, mas eu me diverti muito fazendo! Dessas ideias nasceu um conto e desse conto, entre uma brincadeira boba com a Joana (a coautora do livro), outros contos foram imaginados.
Em um lugar tão desesperador como Mu, é difícil imaginar alguma esperança ou beleza. Mas é isso que eu quero mostrar com o desdobrar da história: que apesar das dificuldades, a vida ainda vale a pena ser vivida e é isso que move os herois desse mundo. Que esse local tão sofrido merece ser salvo, merece ser visto. E que nada é 8 ou 80. Muito diferente do que foi mostrado no rpg que joguei e que inspirou essa história.
Mal posso esperar pra dar vida à essas ideias.
Yuri Moretto
26/04/2024
sexta-feira, abril 19
Diário de Escrita 4
Boa tarde!
Os últimos dias tem sido uma batalha contra o cansaço, mais emocional do que físico. Ainda assim, consegui terminar o conto que havia me decidido por fazer. Me surpreendi pelo sopro que foi criá-lo. Fluiu rápido, em pouco tempo e fiquei satisfeita.
Ainda não fora revisado, tampouco reli as páginas, mas apenas por se tratar de um pedaço do mundo que estamos criando para o romance...! É uma delícia criar conteúdo para esse universo. Sempre repito o quanto amo o cenário em que se passa a história, mas não é suficiente para englobar o verdadeiro sentimento. Espero que tudo isso se reflita em cada página e alcance as pessoas que o lerem.
Eu sempre desejei escrever um livro. Desde que passei a morar com a Joana ela tem me incentivado a isso. "Vai escrever!" ela repetiu muitas vezes. Pouco a pouco a confiança dela em mim finalmente começou a render frutos. Me senti motivada a seguir esse desejo.
Mais que isso, acho que eu estive esperando pelo momento de conhecer esse mundo que começamos a criar. Era pra ser ele, talvez. Tomara que sim!
Todos os dias eu peço para o universo que esse ânimo se mantenha em alta, que esse desejo seja forte o suficiente pra lutar contra minha insegurança.
Acredito, pela primeira vez, que vai ser.
Yuri Moretto
19/04/2024
quarta-feira, abril 17
Diário de Escrita 3
Boa noite!
Não sei bem como começar a postagem. Ontem foi difícil. Hoje segue difícil, mas já consegui pensar que não quero voltar pro buraco que vivi durante a pandemia.
Tive vontade de estudar, mas não estudei. Tive vontade de chorar, mas não chorei.
Tive vontade de escrever. Escrevi.
Fora do projeto das Crônicas do Enforcamento (sim! temos um nome agora!), resolvi fazer um conto. Um conto com olhos de gato sobre a vivência com sua mestra bruxa.
Não faço ideia!
Mas fluiu. Consegui escrever duas páginas, mais do que consegui pensar ontem.
Amanhã talvez eu esteja bem para voltar ao projeto principal, assim espero.
Yuri Moretto
17/04/2024
terça-feira, abril 16
Sobre perdas
Eu nunca pensei que fosse escrever esse ano sobre isso, mas a vida é cheia de surpresas. Algumas bastante tristes.
the GazettE foi uma das primeiras bandas de j-rock que conheci. Acompanhei sua trajetória por mais de uma década, chorando e me emocionando e sorrindo junto de suas músicas. Foi uma influência esmagadora, foi o que me colocou na faculdade de letras, me mostrou um caminho novo e me trouxe até aqui. Me salvou no momento mais difícil da minha vida e seguiu voltando sempre, como uma amiga de longa data que nunca perde o laço de carinho.
Hoje, mais do que nunca, eu me senti grata de ter ido ao último show. Seria uma dor incalculável se nunca mais tivesse essa chance. É um choque. O Reita tinha 42 anos. Um choque. Nunca pensei que lidaria com uma perda dessa banda a não ser daqui 10, 20 anos, no pior dos casos. Se assemelha a quando meu pai morreu, jovem. O choque. Até hoje me parece injusto, precoce, cruel.
E o pior do luto é que o mundo não espera. A vida não espera. O trabalho não espera.
Ninguém entende, mesmo que seja algo que todos vão vivenciar em algum momento. Esperam que você seja forte e supere e siga a vida igual. Que sorria. "Não fique assim".
O tempo continua correndo enquanto a gente ainda está paralisado, no mesmo lugar. Em choque.
domingo, abril 14
Diário de Escrita 2
Bom dia!
Hoje acordei cedo pra escrever, mas nenhuma palavra saiu. Não pela falta delas, mas porque uma dor de cabeça começou ontem e não foi embora ainda.
Porto Alegre é um tormento. Na mínima chuva, e às vezes até na ausência dela, a energia simplesmente desaparece. Nem uma brisa lá fora? A energia cai. Sol? Falta de energia, por que não?! Não tem parâmetro, não tem gatilho pra isso acontecer. Simplesmente acontece.
Quando a energia caiu ontem, corrompeu o arquivo do primeiro capítulo que eu estava escrevendo. Me lembrei imediatamente da Rita Lee tweetando "e eu lá sou mulher de fazer backup? perdi tudo, foda-se eu.", mas graças a essa postagem incrível dela, sim, eu sou mulher de fazer backup. Às vezes mais de um. Isso foi o que me salvou de perder tudo.
Mas não evitou a agulhada que senti na cabeça com a mera possibilidade de ter perdido todo meu trabalho. Ainda mais em um projeto que estou tão animada pra fazer.
Ainda assim, agradeço que a dor foi só pelo susto e não pelo luto de perder tempo e esforço e tudo mais.
As pouco mais de 500 palavras que se foram ontem já estão reescritas, sinto que não tão boas quanto antes, mas isso pode ser só minha cabeça pregando peças. O importante é que a meta de sábado foi atingida e daqui pra frente é só escrever na nuvem e salvar mais vezes.
Seguimos.
Yuri Moretto
14/04/2024
sábado, abril 13
Diário de Escrita 1
Boa tarde a quem possa estar lendo!
De tempos em tempos eu revivo esse blog pra falar de alguma fanfic nova, mas logo depois ele volta à escuridão. Dessa vez eu venho aqui movida pelo choque dos 30.
Eu estive o último ano pensando em qual rumo tomar depois que a faculdade não deu certo, principalmente pelo trabalho e pandemia que veio no meio de tudo. Por mais que eu amasse a Letras, ainda tinha uma sensação de que não era o meu lugar, ao menos no momento. Tradução nunca havia realmente me ganhado.
Há alguns meses uma vontade antiga voltou à tona, de forma muito intensa: escrever.
Não como hobby, mas como um caminho profissional. Afinal, mesmo na graduação, o que eu mais gostava realmente era de produzir textos. Isso me motivou a iniciar novos cursos na área de escrita criativa, a abraçar um mundo que foi abandonado — mas que havia me cativado e inspirado — e também a estudar a gramática novamente para me colocar nos trilhos.
Tem sido um bom momento, a paixão pela escrita sempre esteve presente e é ótimo ver ela com outros olhos. Se vai dar certo ou não é uma incógnita, mas a resposta só vai aparecer se eu tentar. Então eu vou me permitir essa possibilidade.
Quem me motivou a escrever foi a Joana, depois de um período difícil emocionalmente. Nós decidimos criar um livro juntas, mas a verdade foi que ela salvou o meu ano com essa ideia. Varreu minha ansiedade pra longe e me deu energia pra começar algo do zero.
Não temos um nome pra esse projeto ainda, mas perdi as contas de quantas noites nos empolgamos criando um mundo novo, com mitos e deuses, raças e cultura próprias. Escolhendo nomes e rindo no processo. É muito satisfatório pensar sobre isso. Parece clichê falar, mas eu tenho um carinho enorme por esse mundo. Escrever sobre ele é um prazer e eu espero que quem o ler no futuro sinta esse sentimento em cada palavra também.
Esse ano eu tenho esperança de novo.
Yuri Moretto
13/04/2024

