sábado, novembro 2

Diário de Escrita 17

 Boa noite! Espero que esteja bem.

Novembro começou e felizmente achei um grupo legal para compartilhar os desafios (inspirados) no NaNoWriMo. Eu estou bastante animada para esse final de ano, pois cada vez mais tenho encontrado satisfação e felicidade no que tenho feito. Às vezes tenho até medo de zicar essa alegria falando tanto, mas é inevitável após um período tão complicado. Até água tenho tomado regularmente!

Desde o dia 01, escrevi 2.313 palavras do livro. No meio disso, consegui escrever o melhor diálogo até então. Eu me senti tão conectada àquela cena, que passei horas eufórica com isso! Foi uma satisfação enorme! Também recebi ótimos feedbacks sobre ela, o que me deixou ainda mais confiante. Finalmente parece que o processo entendeu que eu tô confiando nele!

Ao todo, até então, são 17.308 palavras no livro. Mais 10.495 palavras na "bíblia", que é como carinhosamente chamamos o livro de referências do mundo do livro.

Saindo um pouco da escrita: hoje fui na Feira do Livro. Fazia anos que não ia em uma com um foco.

Eu havia planejado comprar 1 (um) livro, da Maristela Deves, "O Mistério da Dama Fantasma". Porém durante o passeio vi uma pessoa com um cabelo lindíssimo que me chamou a atenção e, quando estava na fila de autógrafos, descobri que a pessoa era também uma autora com lançamento. 

 
A Jonnie Dantas é aquele tipo de pessoa magnética, carismática e com um livro lindo: "Por Alfie - até o último acorde". Ganhei um monte de brindes fofíssimos e já estou louca pra ler.

Não só isso, mas também fui atraída com força para o título "A Cidade dos Fetos Sem Pai", da Claudia De Franceschi. Eu fiquei pensando nesse livro por quase uma hora. Pra completar, a autora estava autografando ao lado da fila da Dama Fantasma. Comprei também. E mais uma vez encontrei uma escritora muito querida e atenciosa.


Durante as horas mais livros foram caindo na minha mochila: "Escreva!" dos autores Pedro Gonzaga e Jane Tutikian, "A Vegetariana" (que eu estava louca pra comprar!) da Han Kang, "O Despertar da Lua Caída" de Sarah A. Parker — que tem uma edição de capa dura belíssima, diga-se de passagem —, e ainda "Sonho e Pesadelo" da Marina Dutra, o qual vi escondidinho e solitário na prateleira mais baixa da última banca que visitei, quando já estava indo embora.

Fui querendo 1, encontrei ao fim 7 maravilhas. (E terminei gastando tudo que eu tinha!)

Ótima experiência, me fez perceber o quanto estou feliz ultimamente lidando com livros, estudando e treinando com pessoas incríveis. Simplesmente um ótimo início de mês.



Yuri Moretto

02/11/2024



sábado, outubro 19

Diário de (quase) Escrita 16

Bom dia! 

 

Essa semana foi um caos. Não sei se estou doente, com burnout ou o que, mas estive exausta. Mal consegui estudar desde segunda-feira, mas seguimos na luta.

 

Ainda não havia compartilhado aqui, mas preciso: consegui a bolsa de 80% do curso Vida do Livro da Seiva! Uma das melhores notícias que tive nos últimos meses, quase saltitei de alegria e tive a primeira aula na quinta-feira. Foi incrível!

 O curso tem um conteúdo denso e, de certa forma, eu sinto que superestimei a minha energia para conseguir dar conta de tudo, mas deus! Eu vou dar meu máximo! O curso é tão completo, tão rico! É uma ótima oportunidade que surgiu como se fosse o mundo dizendo "olha isso aqui!". É fácil acreditar que o universo conspira para as coisas acontecerem de vez em quando.

 

No mais, finalmente chegou nosso fichário da escaleta! Agora vem a parte trabalhosa de escrever card por card e recortar cada um para encaixar as cenas. Mas faz parte e eu amo fazer cada pedacinho.

 

Yuri Moretto

19/10/2024 

sábado, outubro 5

Diário de (quase) Escrita 15

 Bom dia!


Já faz um tempo desde a última a atualização, mas cá estamos, a todo vapor. 

Nos últimos meses foquei tanto nos cursos de escrita e outras ferramentas, que acabei me esgotando muito rápido. Ainda assim, tudo tem sido de grande valia.


Esse mês iniciei a disciplina de Fundamentos da Literatura no curso de Escrita Criativa e tem sido ótimo. Muito embora eu tenha encontrado a certeza de que poesia não é para mim, cada aula tem dado uma energia nova. Além disso, participei também do Festival do Livro da Seiva, quem tem cursos ótimos nos quais ando de olho para uma oportunidade.


No mais, estivemos pensando sobre alguns pequenos problemas narrativos que vieram com a adaptação de uma mesa de RPG para o formato de livro.

Existe a barreira dos direitos autorais, adaptação de certos conteúdos e criação de pontes entre certos plots.

A escaleta ainda não está finalizada, mas descobrimos um jeito eficiente de organizar o livro de forma que tanto eu quanto a Joana possamos acessar o material e escrever sem interferir no trabalho da outra.


Pouco a pouco as coisas vão tomando forma. ♥

Yuri Moretto
05/10/2024

sábado, junho 29

Diário de Escrita 14

 Bom dia! 

Essa semana foi corrida e cheia de coisas boas! Tenho me sentido muito energizada e inspirada tanto para o livro quanto para o curso de Escrita Criativa. 

A começar pelo livro, essa semana tivemos a primeira "reunião formal para discutir a escaleta"! Percebemos com isso que vamos precisar de várias reuniões antes de, enfim, fazer a bendita.

 Conversando, começamos a decidir pontos de plot importantes, sempre olhando a linha do tempo da campanha. É muita coisa pra arrumar e corrigir, mas conseguimos cobrir 4 sessões. 4 sessões de... mais de 100 sessões jogadas...!? Mas o importante é que conseguimos definir três cenas importantes, cobrir alguns furos, definir coisas importantes sobre os personagens e preparar terreno para o que vem depois. 

Além de inserirmos cenas novas, inéditas, dos personagens, também definimos algumas coisas para a primeira investigação do grupo e para o julgamento da Anelissa na igreja. São dois pontos importantes do início e que tiveram mudanças significativas para dar profundidade para a história e abrir espaço para entidades novas, criadas especialmente para o universo do livro. 

Acredito que o resultado vai ficar bem legal e combinar bastante com as vibes do livro.

Quanto ao curso, essa semana foi intensa! Decidi que faria o artigo relacionado ao RPG e suas influências na leitura e escrita. Pouquíssimo tempo para pesquisar e escrever um bom trabalho, mas suficiente pra ativar meu hiper-foco favorito. Postei um questionário bem tímida, esperando que amigos próximos respondessem, mas consegui mais de 60 respostas em menos de uma semana! Foi muito animador! E consegui relatos de pessoas com TEA, dislexia e em outros contextos e situações nas quais o RPG foi importante positivamente. 

Não canso de dizer o quanto me senti feliz e realizada por escolher falar desse assunto. Já tenho várias ideias para atividade de extensão e TCC! 

Que as próximas semanas sigam nesse pique! 

Boas leituras a todos!

Yuri Moretto
29/06/2024

sábado, junho 22

Diário de (não) Escrita 13

 Boa tarde!

Hoje o diário vai ser um pouco diferente. Não escrevi nada do livro essa semana, pois estive num redemoinho emocional por conta da graduação — me jogaram no curso errado durante a rematrícula.

Esse pequeno-grande-erro foi o suficiente pra me colocar numa crise de ansiedade, que já estava se instalando devido ao trabalho em grupo da última disciplina do semestre. 


Agora estou tentando transferência — de novo — para a Escrita Criativa.


Apesar do susto, isso me provou que eu estou exatamente onde gostaria. Já tenho decidida a pós-graduação que desejo fazer e até mesmo o TCC, onde espero pegar experiências um pouco agridoces de RPG e levar para um trabalho que seja sincero e que, com sorte, abrace outras pessoas com experiências parecidas.

Há muito tempo eu havia desistido da ideia de trabalhar com RPG na área acadêmica, mas talvez essa vontade tenha retornado com força. Eu gosto de pensar que esse é o momento certo para explorar isso. 


Do livro, posso dizer que pensei sobre ele. Todos os dias. Espero retornar a escrita na próxima semana ou, mais tardar, quando o artigo estiver entregue no portal do aluno. 

Seguimos.


Boas leituras a todos!

22/06/2024

Yuri Moretto


sábado, junho 15

Diário de Escrita 12

 Bom dia, atrasada de novo! 

Essa semana consegui escrever metade do capítulo que é focado na Anelissa. Eu achei que seria mais fácil por ser a minha personagem no jogo, mas se mostrou bem difícil decidir o que eu queria mostrar. 

Acho que esse foi o problema, inclusive: eu estava tão confiante que saberia o que escrever, que não planejei esse capítulo como deveria. Então me vi apagando tudo e recomeçando duas vezes. 

Decidi por fim que iria explorar a relação dela com seu superior, já que no rpg isso não foi mostrado como deveria. Principalmente considerando que esse é um fator determinante para as decisões e incertezas dela no decorrer da história e que ele é um dos pesos na balança moral da personagem. 

Foram 1444 palavras dessa cena, o que é pouco pra uma semana, mas é melhor ir devagar do que fazer mal feito. 

Também fui surpreendida por um incômodo com uma cena futura, provavelmente do segundo livro, que não saía da minha cabeça. Já estava me deixando nervosa e, com o incentivo da Joana de "se tem que escrever, só escreve", lá fui eu. 

É uma cena dramática que envolve o luto recente da personagem e que me pega demais. Foi doloroso de escrever e lembrar, mas fluiu como um rio. Simplesmente se desenhou na minha cabeça e passou pra escrita como se fosse natural — e acho que de fato foi.

Nessa cena foram 1496 palavras e fiquei satisfeita. 

Essa semana também fui desnorteada com o trabalho em grupo do curso de escrita criativa. Tem se mostrado impossível de realizar, não por falta de vontade do grupo, mas porque a professora não tem a melhor didática. Ela lê o material, mas não ensina ou explica, não parece ter domínio do conteúdo. Todos estão um pouco perdidos na disciplina. Isso tem me deixado bastante ansiosa, mas é só um pequeno obstáculo que, em algum momento, irei conseguir superar. 


Seguimos pra mais uma semana nessa aventura!

Boas leituras a todos!

15/06/2024
Yuri Moretto


sábado, junho 8

Diário de Escrita 11

 Bom dia!

Espero que estejam todos bem por aí. 


Essa semana foi um pouco menos produtiva do que a semana anterior. Percebi que tenho um pouco de dificuldade de escrever de forma "não-linear", me sinto perdida (mesmo que os capítulos não tenham ligação direta). 

A Joana ficou responsável por terminar o capítulo 4 — que traz a Elise e o Jack como foco da narrativa — enquanto eu pulei para o capítulo 6, que será da Anelissa. O capítulo 5 vai acompanhar o Fei e a Agatha, e vamos tentar debater ele assim que o anterior ficar pronto. 

Como é a primeira vez que estou escrevendo com outra pessoa, ainda estou me adaptando e tentando achar meu próprio ritmo. Comecei o capítulo da Anelissa, mas tem sido um desafio. Por mais que seja a personagem que mais conheço, descrever a Catedral é um trabalho a ser refinado e tem que acontecer do ponto de vista dela. A construção é monumental, com detalhes por todos os lados e um peso histórico grande. Também é ponto-chave do primeiro livro. Espero encontrar o equilíbrio na narrativa para que não acabe sendo informação demais.

Essa semana passei mais tempo lendo e finalizei Quarta Asa em tempo recorde pra uma leitura minha. Li a metade final do livro em menos de um dia. Foi bom encontrar uma personagem surda na história da Rebecca, já que estive pensando sobre como introduzir uma personagem que utiliza linguagem de sinais no dia-a-dia e, mais futuramente, uma personagem surda. Mesmo sendo uma aparição pequena no livro dela, adorei ver. Isso me motivou a seguir firme nas minhas decisões. 

Nas próximas semanas as coisas devem achar seu embalo e seguir de forma mais fluida, ainda mais com o avanço do curso de Escrita Criativa. Me prometi que aproveitaria e respeitaria meu processo de crescimento, então sigo firme nisso.


Boas leituras a todos!

Yuri Moretto
01/06/2024 

sábado, junho 1

Diário de Escrita 10

 Boa tarde! Espero que esteja tudo bem por aí. 

Nessa última semana tive um boost que veio não sei de onde, mas consegui escrever 2.207 palavras. Embora ainda seja pouco perto do que eu estava fazendo no mês anterior, consigo perceber o fluxo voltando. 

Foi um capítulo particularmente difícil e não o fiz inteiro. Todo focado na Elise e no Jack, na convivência e aproximação dos dois. A Elise é a personagem criada pela Joana e a qual eu tenho mais "intimidade" dos dois. Uma maga sedenta por conhecimento (muito dele proibido) que fugiu da torre onde vivia na esperança de conseguir encontrar o Plano do Ar. O Jack é o personagem do Max, outro jogador da mesa de rpg que inspirou a história, um ladino criado nas ruas de Virgilium que tenta ajudar a comunidade da forma que consegue, com as ferramentas que tem, apesar da opressão racial contra não-humanos

Com a Elise é um pouco mais fácil porque eu e a Ju passávamos horas interpretando as personagens por pura piada interna, fosse vendo filme, fosse cozinhando ou até vendo memes no instagram. Então eu entendo um pouco melhor o que se passa na mente caótica e colorida da maga da história. Mas ainda assim me senti insegura escrevendo o POV e os diálogos dela com o Jack. 

A Joana deu continuidade no capítulo e eu vou apenas apontar coisas e revisar, já que ela consegue dominar melhor essa parte e, nada mais justo, aproveitar também a personagem dela. 

De qualquer forma foi um avanço legal com uma interação que eu julgo bem bacana. Deu pra explorar um pouco mais da Sagrada Cidade de Virgilium, coisa que eu estava ansiosa pra chegar logo. A ideia era começar pela cidade baixa onde se encontram as populações marginalizadas e a maioria das fábricas — e que é o local onde a Elise e o Jack moram — e ir movendo a descrição em direção à cidade alta acompanhando o Fei e a Agatha até culminar na Grande Catedral pelo ponto de vista da Anelissa. 

Minhas expectativas estão altas, acho que os próximos capítulos são muito importantes pra situar os leitores em onde eles vão "viver" durante a história do primeiro livro.  

Um pouco fora da escrita em si, mas dentro dos estudos que tenho feito sobre o tema: comecei o curso de escrita criativa. Foi um salto de fé (e de surto) que tive nas últimas semanas devido às frustrações que vinha sentindo sobre a área de trabalho. Ainda estou com medo de não dar certo e ser uma aposta errada, mas chegou num ponto em que não tenho nada a perder e que não me perdoaria se continuasse ignorando essa vontade.

A primeira aula foi bem boa, vimos sobre Bases do Pensamento Criativo, flow, remix e afins. Estou ansiosa pra chegar no próximo semestre e começar a parte de laboratório de texto e literatura infantojuvenil! 

Com isso vou tentar atualizar sobre o andamento do curso também e como ele influencia ou não o meu processo de escrita. 

Semana que vem espero não errar o dia de postar de novo (mas não prometo nada)!

Boas leituras a todos! 


Yuri Moretto
01/06/2024 

sábado, maio 25

Diário de Escrita 9

 Boa noite! 


As semanas tem passado voando, nem vejo mais a sexta passar ou a segunda chegar de novo. Essa semana consegui voltar a mexer no texto e arrumar algumas coisas. Foram 385 palavras só, mas é um bom (re)começo. 

Ontem tentando enxotar os sentimentos depressivos — que eu vi se aproximando devagar nos últimos dias — resolvi montar a minha escrivaninha que estava ocupando meio quarto dentro de uma caixa desde segunda. Ficou ótima, mas minha mão e meu pulso acabaram machucados, eu fui teimosa e insisti mesmo doendo... Li os termos e aceitei, né? Ao menos tenho uma mesa.



No mais, comecei a editar certas coisas, principalmente sobre a cidade principal do livro, Virgilium, que de república nunca teve nada. Sempre me incomodou um pouco ser a "Sagrada República de Virgilium" porque, apesar de achar que era uma tentativa de crítica e que o nome soava bem, nunca funcionou direito no rpg. Virgilium vive sob um regime religioso, seria meio ??? manter o nome original. Então por fim isso foi modificado, embora bem levemente. Um corte, uma troca melhor dizendo: Sagrada Cidade de Virgilium. Simples, mas eficaz pro que o lugar é. Havíamos cogitado "Estado Teocrático de Virgilium", mas não tem exatamente um deus na religião em questão, então ficou desse jeito até segunda ordem. Talvez Ruhr mude também, mas cada coisa no seu tempo.

Acho que o próximo passo da minha organização vai ser colocar a escaleta na parede. Eu tenho um canva com pontos/cenas importantes, mas gosto de ter literalmente desenhado na minha frente. Por isso escolhi colocar a mesa em uma parede que me permitisse criar a escaleta onde estivesse sempre ao alcance dos meus olhos. 
Eu queria voltar logo pro texto e avançar, mas no momento o melhor que podemos fazer é colocar os pingos nos is e terminar o livro de referências do mundo e a escaleta completa, decidida por nós duas. Porque no final o perigo é esse, são duas pessoas escrevendo. Sem o livro de referências para voltarmos e vermos "o que é ou não", "o que foi ou não", não dá. 

De qualquer forma é um projeto a longo prazo, estimamos ano que vem ou talvez mais. Então tudo bem. O importante é a gente colocar as coisas com carinho na história pra que faça jus aos dois anos de jogo que nos dedicamos. 

Semana que vem espero ter alguma novidade. 
Boas leituras a todos! 

Yuri Moretto
25/05/2024

sábado, maio 18

Diário de Escrita 8

 Boa tarde!

Sim, eu me atrasei... Lembrei ontem de noite, pensei "depois eu faço" e apaguei na cama.

Mas tudo bem, esse mês não tem sido fácil aqui, porém diferente da semana anterior eu me sinto mais animada. Um pouco pelo menos. 


Eu senti que não houve muita diferença dessa semana para a semana passada em termos de produtividade, quase não escrevi. Do dia 10 até então foram somente 49 palavras no arquivo do conto da Anelissa.

Por isso, decidi fazer outras coisas relacionadas ao livro e uma delas foi a melhor decisão possível: um livro de referências para o universo do romance. 

Dividi em duas partes. A primeira é com informações do Continente de Evëhr'na e a segunda com informações de Mu (que é onde se passava o rpg e a história do livro). 

Ainda assim Evëhr'na é importante porque é lá que estão as explicações pra como o mundo de Mu virou o que é. As motivações dos vilões, a explicação das maldições e ciclos que acontecem. Também é o local de origem de figuras importantes pros protagonistas no futuro. (E nada disso existia no rpg, então estou criando e recriando e arrumando a história ainda!)

Tem sido divertido reconstruir "O Inimigo" e a relação dele com os deuses esquecidos. O passado e a queda. Tem sido ótimo imaginar a geografia desse lugar mágico que um dia, se tudo der certo, vai ser cenário de outras histórias também. 

Isso me ajudou muito a manter o pique, me sentir menos frustrada e sair da estagnação. Também é uma terapia pra minha cabeça cheia de ideias que estavam presas pelo desânimo de assistir Porto Alegre como está.




Outra coisa que me ajudou a revigorar a vontade de escrever foi o ranking de metas do grupo Papo de Autor, onde consegui bater minha meta de abril e ganhar uma medalhinha do incentivo. Parece pouco, mas foi muito divertido participar e espero mês que vem recuperar esse ritmo. (Maio eu aceitei ser gentil comigo mesma e me deixar curar desse cansaço emocional.)


Espero ter mais material semana que vem, mas até lá:

Boas leituras a todos!


Yuri Moretto

18/05/2024



sexta-feira, maio 10

Diário de Escrita 7 e desabafo

Bom dia, pessoal.

Hoje está sendo incrivelmente difícil começar esse diário. É estranho desejar bom-dia, porque sinceramente nenhum dia tem sido bom nas últimas semanas. Quem tá bem, ainda tá mal, não tem outra forma de dizer. 

Apesar de eu não ter sido diretamente afetada pela inundação, pois tenho sorte de morar em uma zona alta e segura, toda a situação é extremamente desgastante e dolorosa. Apavorante demais.
Nos primeiros dias havia muita incerteza sobre amigos desabrigados ou conhecidos desaparecidos. Animais se perdendo aos montes, familiares que perderam tudo. Como uma bola de neve foi crescendo e esmagando a gente pelo caminho. 
Ontem fui comentar que estava com frio e imediatamente me cruzou o pensamento de "tem pessoas na água ainda". (...) É impossível não me sentir afetada pela catástrofe que vem acontecendo. Durante os dias tenho vontade de chorar """sem motivo algum""", de repente. 

Ficamos sem luz por quase três dias, sem água por quase cinco. Mercados vazios. Assaltos aumentando durante o dia. Medo crescendo. E a chuva voltou. 

Todos os dias tem sirenes de um lado para o outro. O mesmo gatilho sendo ativado cada vez, a lembrança da Kiss e daquele "vácuo" que Santa Maria parecia ter se tornado, com sons abafados e ar pesado. Cada sirene me trava por segundos antes de eu conseguir voltar a raciocinar. 

No meio disso, ainda estive trabalhando 10h por dia, cobrindo o turno do meu colega que saiu em férias antes do caos começar. Ou seja: não tive a menor cabeça para escrever ou continuar com os desafios de escrita. Não vi as aulas, não senti ânimo pra nada. Fiquei enrolando fazendo pastas no pinterest ou fingindo fazer algo de útil no Notion.

O livro está atualmente com 10.609 palavras e eu percebi que tinha escrito mais de 40 páginas (A5) como primeiro capítulo. Dividi as cenas, reorganizei e arrumei algumas coisas. Um capítulo se tornou três, além do prólogo.
Desde que começou a enchente escrevi apenas 275 palavras. Me sinto frustrada. Mas parte de mim se sente mal também por reclamar disso. Eu tenho sorte de não estar de mãos vazias, tenho sorte de não ter visto minha vida ir, literalmente, por água abaixo. 

Minha cabeça segue confusa e caótica. Mas nós vamos nos reerguer. Em algum momento, temos de nos reerguer. 

Fiquem bem onde estiverem. ♡

Yuri Moretto
10/05/2024

sexta-feira, maio 3

Diário de Escrita 6

 Boa tarde, pessoal!


Como em todo diário, não sei nem como começar. Acho que vou começar dizendo que finalmente finalizei o primeiro capítulo. É um alívio. Começos são sempre difíceis pra mim, como demonstrado nesse diário... Mas ao total foram 16 páginas, longas 9.015 palavras. 

Foi difícil escrever essa parte, que se passa em um ambiente claustrofóbico de trem, sem cansar no processo. O cuidado de apresentar todos personagens importantes, dar personalidade e espaço é um trabalhinho bem ingrato. Mas que eu espero ter feito bem. 

Houveram extensas pesquisas sobre trens a vapor e mesmo processos de escrita, os quais continuo estudando em meio a tudo. Mas finalmente posso dizer que o primeiro longo passo foi dado.


Agora entra em cena a primeira cidade, palco de boa parte dos acontecimentos e que se tornou tão rica! Ainda estou definindo retoques finais em feriados e pontos da religião central, mas está tomando forma! E é uma parte que eu gosto muito. É uma loucura como o cenário "se cria sozinho" quando uma ideia puxa outra e mais outra e assim por diante!

Também estou tentando visualizar os bairros mais claramente, como funciona o comércio e a vida das pessoas que ali residem. Como o clima "paralisado" afeta o dia-a-dia e como funciona a igreja principal. Felizmente eu sempre tive uma capacidade bem boa de visualizar coisas! 


Acho que nos dias de pomodoro da oficina de escrita esse capítulo vai deslanchar, se os deuses quiserem (e se Porto Alegre sobreviver a tudo sem ficar sem energia). 

Ter feito perfil no NaNiWriMo também ajudou a me incentivar, ver o projeto crescendo é bom demais. Espero continuar num ritmo crescente! 

Enfim, estou me divertindo bastante! Conhecendo muita gente legal no processo e aprendendo um monte! Isso é o mais importante.


Boas leituras a todos!

Yuri Moretto
03/05/2024

Escritatividade Lura - Dia 6/10

Boa noite! Quase esqueci de fazer  o desafio de hoje, já estava bonitinha indo dormir e... OH NÃO!

Mas aqui estou, espero que estejam bem. 


Desafio: "Escreva um texto contando como é a sua forma favorita de procrastinação? Você acha que existe procrastinação saudável? Você já percebeu que estava enrolando para escrever e fez algo a respeito?"


É engraçado ser esse tema, na verdade. Desde ontem, passei a tarde fazendo pasta de inspiração no Pinterest, arrumando playlist no Spotify, criando perfil no NaNoWriMo... Escrever que é bom? Não me dei tanto tempo. 1.069 palavras. Hoje fiz perfil no instagram para leitura e escrita. O livro? Vou confessar que não mexi. 

Em parte eu sei que é porque estou ansiosa com a situação do estado devido às chuvas fortes. Santa Maria foi um dos locais bastante afetados e é onde minha mãe reside. Às vezes eu penso sobre isso e fico muito mal. Escrever puxaria esses sentimentos, acredito. Preferi respirar por hoje, começar a ler A Cidade da Raposa e me permitir me acalmar.

Na maioria das vezes percebo quando começo a procrastinar, então vou "comendo pelas bordas". 

Escrevo alguma coisa do blog relacionada ao livro, atualizo o diário de escrita na planilha, leio e releio o Escrever Ficção do Assis Brasil e então vou encarar meu aplicativo de texto, de vez em quando dou uma espiada no moodboard e no planejamento do capítulo. Coloco a playlist pra tocar. 

Minha forma de procrastinação favorita, desse livro em específico, é escrever contos inseridos no mesmo universo, mas que estão completamente deslocados no tempo do romance. Ao menos me ajuda a construir ainda mais o mundo onde se passa a história. 


E vocês? Tem alguma forma de procrastinar favorita?


Boas leituras a todos!

quarta-feira, maio 1

Escritatividade Lura - Dia 5/10

Boa tarde! Como está sendo o feriado de vocês?


Achei que ia escrever hoje o dia todo, mas com a situação da região pelas tempestades, só consegui me agoniar com parentes e amigos que moram numa região bastante afetada em outra cidade.

Pensei então em ver qual seria o desafio de hoje e focar nisso, tentar espairecer a cabeça. O tema foi: gerenciamento de tempo.

Desafio: "Escreva um texto contando como é o seu processo de escrita. Você consegue se organizar e escrever no mesmo horário ou escreve quando tem a chance, entre uma obrigação e outra. Como você acha que blocos de tempo funcionaria para você? Você divide seu tempo entre pesquisa🔎 e 📝escrita ou faz tudo junto?" 

Eu sempre tento, ao máximo, separar um tempinho para escrever em casa. Primeiro havia tentado pela manhã, mas com o falecimento do Reita acabei passando tempo demais dormindo quando tinha chance. Mudei então para de noite e tem sido melhor. 

Também escrevo bastante no trabalho. Como secretária de clínica, muitas vezes tenho espaços de uma ou duas horas sem nenhum agendamento. Às vezes até mais tempo. Aproveito para dedicar esses momentos de respiro para escrever ou estudar algo relacionado à escrita. 

Esses horários são pura sorte, não conseguiria programá-los para me dedicar igualmente todos os dias. Então alguns dias pesquiso coisas para a história, como pesquisei sobre criação de cabras essa semana. Ou sobre trens na semana anterior. Às vezes a dúvida simplesmente aparece em meio a escrita e preciso parar para checar dados ou informações. Eu sigo o fluxo e tento aproveitá-lo da melhor maneira possível.


E você, como organiza seu tempo de escrita? 

Boas leituras a todos!



terça-feira, abril 30

Escritatividade Lura - Dia 4/10

Olá leitor!

Esse post está saindo um pouco atrasado, mas o desafio foi cumprido no tempo certo! (Eu prometi afinal, oras!) Como foi um desafio mais... Íntimo, vamos dizer assim, um desafio escrito a mão, acabei não postando. Nos últimos dois dias estive um pouco ruim do estômago e isso atrapalha demais na concentração e trabalho. 

Ainda assim, forcei um mini diálogo entre a Anelissa e o Jake, porque amo eles e era o que estava na minha cabeça no momento. São personagens que serão recorrentes nesses desafios, assim como a Olga. 

Sem mais delongas, o resultado!

Desafio: "Reserve dez minutos e escreva uma página à mão. Deixe o fluxo de pensamentos guiar sua escrita. Perceba como o processo é diferente de escrever usando o computador. Preste atenção na sua mente querendo acelerar. Como isso te faz se sentir? Não se preocupe com a letra. Apenas escreva. Tire uma foto e poste."



É um pouco estranha a sensação. Eu adoro escrever em cadernos, mas quando se trata de narrativa me sinto esgotada. Talvez tenha sido pior por eu não estar 100% da saúde, quem sabe? Mas está feito! 

Boas leituras a todos!

Resenha - Cafés & Lendas

 


Cafés & Lendas é um livro de Travis Baldree que promete ser uma fantasia aconchegante. Longe de ter batalhas épicas ou grandes reviravoltas, a história mostra a orc Viv, uma aventureira veterana, que decide mudar de vida e deixar a violência para trás. Nas palavras do autor, ele gostaria de uma história que parecesse mais "uma canja de galinha do que comida de bar" que ele disse ser como são as fantasias que conhecemos, cheias de lutas grandiosas e momentos de tensão. 

A leitura de Cafés & Lendas é simples. De fato confortável e convidativa. A protagonista é carismática e mostra bem como cada ser é único e multifacetado. Acompanhá-la é prazeroso ao ponto que durante a leitura me peguei torcendo por ela e comemorando cada passo na nova jornada. Ela nos ganha por um desejo simples, mas que requer muita força de vontade, ao recomeçar a vida em uma cidade nova que sequer conhece o que ela pretende vender. É quase imediato se identificar com ela por uma razão ou outra.

As personagens que nos são apresentadas pelo caminho também são ponto chave da narrativa. Todas tem uma personalidade única e cativante, que nos dão ainda mais vontade de acompanhar a empreitada e rever nossas opiniões acerca de determinados estereótipos. Com leveza nos apresenta o sonho se tornando realidade um tijolo por vez, como se fossemos sócios do estabelecimento, e nos arranca risos sinceros com os diálogos divertidos e bem construídos. Devo destacar aqui, inclusive, o personagem Tico: um ratinho muito fofo que ganhou um lugar especial no meu coração.

O cenário por sua vez nos enche de uma vontade inevitável de sentar em uma cafeteria num dia de chuva para aproveitarmos o sabor de um latte enquanto lemos um livro. As descrições são muito bem feitas, sem "pesarem a mão" na nossa imaginação. É quase como se desse para sentir o aroma do café se misturando com cheirinho de pão recém saído do forno a cada página.  
Quase não tenho pontos contra a obra de tão prazerosa que foi a leitura. Terminei em menos de uma semana, tão investida que fiquei querendo saber o que viria a seguir e qual seria a novidade do cardápio. 

A única ressalva que posso fazer é sobre o nome, afinal no meio da história se tornou um ponto importante e que atrapalhou um pouco minha imersão, mas nada grave. "Lendas & Lattes" ao meu ver seria a escolha mais acertada, mas, como pontuou minha colega de tradução, talvez a escolha tenha sido da editora e não a tradutora em si. No mais, o trabalho é impecável e o livro transborda carinho. 

Por fim digo com tranquilidade que se tornou um queridinho na minha estante. Do início ao fim nos carrega por essa cidade mágica de alta fantasia, apresentando com suavidade o dia-a-dia desse lugar. Recomendo para quem deseja aquecer o coração e ler algo que traga a sensação de aconchego e familiaridade que só o cheirinho de café nos proporciona. 

Você já leu esse livro? Me conta o que achou!
Boa leitura a todos! 


segunda-feira, abril 29

Escritatividade Lura - Dia 3/10

 Boa tarde!


Como vocês estão? Espero que bem!

O desafio 3 se mostrou, ao mesmo tempo, muito mais simples e muito mais complicado! Tanto que postei no Threads, mas acabei não registrando aqui! 

O desafio do dia fala sobre manter uma rotina, sem desculpas e nem choro, para alimentar a criatividade e o processo de escrita.


Desafio: publique no Instagram que você se compromete a escrever todos os dias por um mês. Um modelo, para não ter desculpas:


"Eu, Yuri, declaro que escreverei todos os dias por um mês inteiro, faça sol, faça chuva. Não pensarei nas melhores desculpas do mundo e sei que isso é para o meu benefício. Podem me cobrar daqui trinta dias 😍!"


Como prometido, já escrevi 1.086 palavras e finalizei o primeiro capítulo do livro! 

Vamos adiante!


Boas leituras a todos!


domingo, abril 28

Escritatividade Lura - Dia 2/10

 Bom dia, meus queridos!

Hoje o desafio veio mais cedo, pois durante a tarde estarei jogando rpg com alguns amigos. 

Na tarefa de hoje a ideia era deixar a mente voar com ideias e então escrever sem parar pra revisar ou pensar muito sobre a estrutura. Como estou trabalhando num conto de fantasia aconchegante que "abrirá" uma coletânea de contos semelhantes que se passam no mesmo universo das Crônicas do Enforcamento, decidi aproveitar para criar a introdução de uma das filhas da protagonista. 

Então o desafio de hoje é: "Conte-nos como foi a experiência de escrever livremente e quais ideias saíram desse processo. Escreva 250 palavras, usando as ideias que surgiram, mesmo que o texto fique “mágico” demais."

As ideias que surgiram na minha cabeça foram parte de um desejo que eu já tinha há um tempo. A Aurora é uma garotinha (próxima dos 6 anos) que é deficiente auditiva. Muito parecida com a Anelissa, tem orelhas que denunciam seu sangue élfico e cabelos vermelhos ondulados, mas os olhos são azuis como os do pai. É uma criança tímida e que sempre está agarrada na dona girafa. Eu queria muito fazer uma interação das duas e fiquei pensando sobre isso e sobre como entregar uma personagem que cumpra com a visão que tenho dela. Não é muito, mas foi um prazer escrever esse pedacinho. Caso tenha interesse, segue o que saiu disso:

"No andar de baixo Aurora brincava na sala com uma pelúcia estranha que deveria ser uma girafa, mas que sequer tinha o longo pescoço do animal. Servia uma pequena xícara de chá para ela, alheia ao que acontecia em volta. Com cuidado se aproximou da criança de cabelos tão vermelhos quanto os próprios e bateu suavemente na beirada da mesa de centro para chamar sua atenção.  

— Bom dia, Rora — falou quando os arredondados olhos azuis viraram em sua direção, também sinalizando a frase para ela. — Você está melhor?  

Ao finalizar a sinalização levou a mão à testa da menina, checando sua temperatura. As mãozinhas largaram a xícara para ter a liberdade de responder. “Estou bem, o papai me deu chá”. O rostinho amassado e as bochechas rosadas entregavam que havia acordado há pouco. Anelissa sorriu. 

— Tudo bem ir para a escola hoje então? — Mais uma vez gesticulou com as mãos formando as palavras, logo rindo do biquinho que recebeu em resposta.  

Aurora assentiu com a cabeça e então abraçou a pelúcia que estava sentada ao seu lado contra o corpo antes de puxar a manga da camisa da mãe para ter sua atenção de novo. “A dona girafa pode ir junto?” sinalizou mais uma vez.  

— Claro que sim, meu bem — respondeu calmamente, afagando os cabelos ondulados que ainda estavam bagunçados do sono. — Termina o chazinho e vai se arrumar, certo? 

Mais uma vez Aurora confirmou com a cabeça, voltando a tomar o chá que enchia o ambiente com um cheiro doce de capim-limão. "


Boas leituras a todos vocês! 

sábado, abril 27

Escritatividade Lura - Dia 1/10

 Boa tarde! 


Encontrei um desafio de escrita no perfil da Lura Editorial e achei interessante, um bom incentivo para escrever e compartilhar alguns pedaços do que rola dentro do meu processo de criação.

São 10 desafios, os quais recebo em meu e-mail 1 por dia. 

O primeiro é: "Escreva 250 palavras sobre algo que desperte emoção em você. Pode ser alegria, raiva, ou excitação. Quanto mais emocional você for, melhor."

Vamos lá então! A emoção forte em questão se tornou uma passagem dos diários da Anelissa, uma das protagonistas das Crônicas do Enforcamento, que ainda está em fase de escrita. Foi baseado no que eu senti quando um acontecimento importante ocorreu na mesa de RPG envolvendo ela.

"Faz dias que não tenho coragem de escrever ou pensar ou... qualquer coisa. Sinto como se tivesse morrido em vida, mas isso seria fácil demais. Eu falhei com todos a minha volta. Ver a Agatha morrer doeu, mas o que veio depois... Não tem um dia que não pense sobre isso, não tem uma noite que não implore para não dormir porque é o único pesadelo que me assombra. 

Quando a guerra começou a primeira coisa que pensei foi 'o Houston e a Webber estão em algum lugar' e me atormentou a ideia de que precisassem de ajuda e eu estivesse longe sem saber nada deles. Só naquele momento percebi que eles eram, de fato, mais importantes para mim do que eu pensava... E doeu dar as costas para a catedral, doeu não estar ao lado do comandante Darwin, doeu lutar contra meus irmãos sem saber se aqueles dois me veriam como uma traidora também. 

Mas a morte é um fim que nos acostumamos a abraçar. Guerreiros raramente morrem tranquilamente... Eu poderia superar a morte deles, não? Poderia lidar com isso eu acho. Se eu soubesse o que aconteceria teria gritado e mandado eles embora, teria feito eles me odiarem! Mas eu os amei e desejei que estivessem ao alcance para que pudesse lutar por eles também. E falhei. 

A pessoa que eu mais amei se tornou...! Ver ele ser usado por aquele verme assim como Virgo tem sido usado pela igreja é enlouquecedor! Eu... me sinto doente de ódio!" - Fragmento do diário de Anelissa Thorian, 26 de dekavr de 653, ano de Virgo.

sexta-feira, abril 26

Diário de Escrita 5

 Boa tarde! 


Os últimos dias foram bastante caóticos. Perdi a noção do tempo emaranhada ao trabalho, cansaço e luto. Mas pouco a pouco tudo começou a voltar pro lugar. 

Estive pensando em como levar o diário de escrita adiante e decidi postá-lo toda sexta-feira ao final do dia. Assim talvez eu consiga me dar um pouco mais de sensação de rotina no que diz respeito a escrita. 

E como incentivo, felizmente encontrei o grupo Papo de Autor da Karen Soarele no facebook algumas semanas atrás. Fazia anos que eu não pensava em usar a rede de novo, mas com toda segunda tendo uma oficina de escrita online me vi tentada a voltar. Venci o medo de interagir com pessoas novas, abri a câmera e dei a cara a tapa para escrever por algumas horas. 

Esses encontros semanais tem me permitido não parar de escrever, mesmo em dias onde tudo parece meio nublado. E espero com isso terminar o primeiro capítulo ainda esse mês. 

Escrever as Crônicas do Enforcamento é um desafio e um prazer, como quase todo ato de amor. Criar o mundo por detrás da história, repensar personagens e construir uma narrativa que cative os outros tanto quanto me cativou. A parte mais desafiadora foi criar o Continente Primordial e o panteão, mas eu me diverti muito fazendo! Dessas ideias nasceu um conto e desse conto, entre uma brincadeira boba com a Joana (a coautora do livro), outros contos foram imaginados. 

Em um lugar tão desesperador como Mu, é difícil imaginar alguma esperança ou beleza. Mas é isso que eu quero mostrar com o desdobrar da história: que apesar das dificuldades, a vida ainda vale a pena ser vivida e é isso que move os herois desse mundo. Que esse local tão sofrido merece ser salvo, merece ser visto. E que nada é 8 ou 80. Muito diferente do que foi mostrado no rpg que joguei e que inspirou essa história.

Mal posso esperar pra dar vida à essas ideias. 


Yuri Moretto

26/04/2024


sexta-feira, abril 19

Diário de Escrita 4

 Boa tarde!


Os últimos dias tem sido uma batalha contra o cansaço, mais emocional do que físico. Ainda assim, consegui terminar o conto que havia me decidido por fazer. Me surpreendi pelo sopro que foi criá-lo. Fluiu rápido, em pouco tempo e fiquei satisfeita. 

Ainda não fora revisado, tampouco reli as páginas, mas apenas por se tratar de um pedaço do mundo que estamos criando para o romance...! É uma delícia criar conteúdo para esse universo. Sempre repito o quanto amo o cenário em que se passa a história, mas não é suficiente para englobar o verdadeiro sentimento. Espero que tudo isso se reflita em cada página e alcance as pessoas que o lerem. 


Eu sempre desejei escrever um livro. Desde que passei a morar com a Joana ela tem me incentivado a isso. "Vai escrever!" ela repetiu muitas vezes. Pouco a pouco a confiança dela em mim finalmente começou a render frutos. Me senti motivada a seguir esse desejo.

Mais que isso, acho que eu estive esperando pelo momento de conhecer esse mundo que começamos a criar. Era pra ser ele, talvez. Tomara que sim!

Todos os dias eu peço para o universo que esse ânimo se mantenha em alta, que esse desejo seja forte o suficiente pra lutar contra minha insegurança. 

Acredito, pela primeira vez, que vai ser. 


Yuri Moretto

19/04/2024




quarta-feira, abril 17

Diário de Escrita 3

 Boa noite!


Não sei bem como começar a postagem. Ontem foi difícil. Hoje segue difícil, mas já consegui pensar que não quero voltar pro buraco que vivi durante a pandemia.

Tive vontade de estudar, mas não estudei. Tive vontade de chorar, mas não chorei.

Tive vontade de escrever. Escrevi. 

Fora do projeto das Crônicas do Enforcamento (sim! temos um nome agora!), resolvi fazer um conto. Um conto com olhos de gato sobre a vivência com sua mestra bruxa. 

Não faço ideia! 

Mas fluiu. Consegui escrever duas páginas, mais do que consegui pensar ontem. 

Amanhã talvez eu esteja bem para voltar ao projeto principal, assim espero. 


Yuri Moretto

17/04/2024

terça-feira, abril 16

Sobre perdas

 Eu nunca pensei que fosse escrever esse ano sobre isso, mas a vida é cheia de surpresas. Algumas bastante tristes.

the GazettE foi uma das primeiras bandas de j-rock que conheci. Acompanhei sua trajetória por mais de uma década, chorando e me emocionando e sorrindo junto de suas músicas. Foi uma influência esmagadora, foi o que me colocou na faculdade de letras, me mostrou um caminho novo e me trouxe até aqui. Me salvou no momento mais difícil da minha vida e seguiu voltando sempre, como uma amiga de longa data que nunca perde o laço de carinho.

Hoje, mais do que nunca, eu me senti grata de ter ido ao último show. Seria uma dor incalculável se nunca mais tivesse essa chance. É um choque. O Reita tinha 42 anos. Um choque. Nunca pensei que lidaria com uma perda dessa banda a não ser daqui 10, 20 anos, no pior dos casos. Se assemelha a quando meu pai morreu, jovem. O choque. Até hoje me parece injusto, precoce, cruel. 

E o pior do luto é que o mundo não espera. A vida não espera. O trabalho não espera. 

Ninguém entende, mesmo que seja algo que todos vão vivenciar em algum momento. Esperam que você seja forte e supere e siga a vida igual. Que sorria. "Não fique assim".

O tempo continua correndo enquanto a gente ainda está paralisado, no mesmo lugar. Em choque. 

domingo, abril 14

Diário de Escrita 2

 Bom dia!


Hoje acordei cedo pra escrever, mas nenhuma palavra saiu. Não pela falta delas, mas porque uma dor de cabeça começou ontem e não foi embora ainda. 

Porto Alegre é um tormento. Na mínima chuva, e às vezes até na ausência dela, a energia simplesmente desaparece. Nem uma brisa lá fora? A energia cai. Sol? Falta de energia, por que não?! Não tem parâmetro, não tem gatilho pra isso acontecer. Simplesmente acontece.

Quando a energia caiu ontem, corrompeu o arquivo do primeiro capítulo que eu estava escrevendo. Me lembrei imediatamente da Rita Lee tweetando "e eu lá sou mulher de fazer backup? perdi tudo, foda-se eu.", mas graças a essa postagem incrível dela, sim, eu sou mulher de fazer backup. Às vezes mais de um. Isso foi o que me salvou de perder tudo.

Mas não evitou a agulhada que senti na cabeça com a mera possibilidade de ter perdido todo meu trabalho. Ainda mais em um projeto que estou tão animada pra fazer. 

Ainda assim, agradeço que a dor foi só pelo susto e não pelo luto de perder tempo e esforço e tudo mais.

As pouco mais de 500 palavras que se foram ontem já estão reescritas, sinto que não tão boas quanto antes, mas isso pode ser só minha cabeça pregando peças. O importante é que a meta de sábado foi atingida e daqui pra frente é só escrever na nuvem e salvar mais vezes. 


Seguimos. 


Yuri Moretto

14/04/2024

sábado, abril 13

Diário de Escrita 1

 Boa tarde a quem possa estar lendo!

De tempos em tempos eu revivo esse blog pra falar de alguma fanfic nova, mas logo depois ele volta à escuridão. Dessa vez eu venho aqui movida pelo choque dos 30.

Eu estive o último ano pensando em qual rumo tomar depois que a faculdade não deu certo, principalmente pelo trabalho e pandemia que veio no meio de tudo. Por mais que eu amasse a Letras, ainda tinha uma sensação de que não era o meu lugar, ao menos no momento. Tradução nunca havia realmente me ganhado. 

Há alguns meses uma vontade antiga voltou à tona, de forma muito intensa: escrever. 

Não como hobby, mas como um caminho profissional. Afinal, mesmo na graduação, o que eu mais gostava realmente era de produzir textos. Isso me motivou a iniciar novos cursos na área de escrita criativa, a abraçar um mundo que foi abandonado — mas que havia me cativado e inspirado — e também a estudar a gramática novamente para me colocar nos trilhos. 

Tem sido um bom momento, a paixão pela escrita sempre esteve presente e é ótimo ver ela com outros olhos. Se vai dar certo ou não é uma incógnita, mas a resposta só vai aparecer se eu tentar. Então eu vou me permitir essa possibilidade. 

Quem me motivou a escrever foi a Joana, depois de um período difícil emocionalmente. Nós decidimos criar um livro juntas, mas a verdade foi que ela salvou o meu ano com essa ideia. Varreu minha ansiedade pra longe e me deu energia pra começar algo do zero.

Não temos um nome pra esse projeto ainda, mas perdi as contas de quantas noites nos empolgamos criando um mundo novo, com mitos e deuses, raças e cultura próprias. Escolhendo nomes e rindo no processo. É muito satisfatório pensar sobre isso. Parece clichê falar, mas eu tenho um carinho enorme por esse mundo. Escrever sobre ele é um prazer e eu espero que quem o ler no futuro sinta esse sentimento em cada palavra também. 

Esse ano eu tenho esperança de novo.


Yuri Moretto

13/04/2024